Direito à Diferença.
Recordo-me dos meus tempos de juventude em que a alteridade do individuo, era suplantada pela diferença individual de cada um. A internet ainda não tinha corrompido a juventude numa talha de putos similares a nível universal, e cada um de nós tinha um grupo, uma forma de actuar e pensar, regada por laivos de cultura musical. Nessa altura deambulava pelas esquinas da minha então vila, hoje cidade, e em cada canto tínhamos uma trupe diferente que era caracterizada por um determinado estilo musical, de um lado ouvia punk, mais à frente metal, junto ao jardim pop, era uma pernafenalia de sons e estilos muitas vezes reflectidos na roupa usada. Hoje olho para as minhas filhas e sei que nunca vão perceber esta maluqueira do pai vinil que viu a sua geração cd ensinar os seus filhos a partilhar ficheiros virtuais sem qualquer sentimento pelo culto de colocar correctamente a agulha naquele pedaço redondo de pvc preto.
Luto por explicar, mas não é fácil combater uma sociedade cada vez mais igual a nada.